Boa noite, amigos e colegas do futebol de mesa.
Talvez alguns de vocês, em um primeiro momento, ao ler esta postagem, pensarão: "O que tem a ver este material com o meu blog?"
Realmente, meus amigos, este triste episódio nada tem a ver com o nosso esporte, o futebol de mesa. Porém, mesmo tendo meu número de postagens, nos últimos meses, em ritmo de tartaruga, como pai, como morador, em tempos antigos, desta bonita cidade do centro do estado, não poderia deixar de registrar o que penso a respeito disto tudo. Além disto, a rua Andradas vem sempre atrelada as minhas lembranças do futebol de mesa. O futebol de mesa este da minha querida regra gaúcha. Onde jogava com meus amigos de Santa Maria. E assim cito alguns como o Glênio, o seu Müller, o Otacílio, Valmir, Carlo, Jorge Leão, dentre outros tantos, amigos, colegas, professores desta regra que é a mãe das regras, em nosso estado. Com estes e outros botonistas comecei a ter os primeiros passos na retomada ao jogo de botão, como chamado na infância. Lá na AABB, clube vizinho do prédio da boate Kiss, que na época era um curso pré-vestibular, pratiquei algum número de vezes, noites e fins de semana, ao redor das mesas, deste querido esporte.
Mas voltando ao ponto principal, me pergunto de quem foi a culpa por tantas vidas perdidas? Tantos meninos e meninas com um horizonte interrompido. Alguns poucos já pais e mães, outros namorados, noivos, quem sabe... Pessoas com inúmeras histórias. Histórias que emocionam os leitores. Desde calouros a acadêmicos, infelizmente o fogo e a fumaça tóxica foram crueis com estas vítimas. Entendo que nesta triste história temos muito o que investigar. Proprietários, músicos responsáveis pelo "show" pirotécnico, estes são fáceis de apontarmos como culpados. Realmente não há como eximir da culpa uma pessoa que não adequa seu estabelecimento para o funcionamento correto. Não dá para tirar a culpa de alguém que projeta um espetáculo sem o devido certificado das condições do local de funcionamento deste. Dos materiais, facilmente inflamáveis, presentes nesta área. Realmente, amigos, estes são praticamente réus confessos. Mas quero ir mais fundo... Pergunto aos leitores: Onde está a responsabilidade de quem libera um alvará de funcionamento a tal estabelecimento, nas condições atuais? Onde está a responsabilidade de alguém que recebe um valor para fiscalizar as condições de segurança para funcionamento de um estabelecimento como este, e não o faz como deveria? É fácil vir a frente das câmeras e defender-se! É fácil falar em pesar, eximir-se da culpa, jogá-la para outros órgãos, "chutar cachorro morto" como um dito popular. Gostaria de saber se este caso, onde famílias foram desmanchadas, será como outros tantos, neste nosso pais. Onde a mídia "bate" durante algum tempo e depois acaba caindo no esquecimento. Mesmo que saibamos que sempre teremos este ou aquele responsável que sairá impune, ileso neste triste episódio, não podemos deixar de cobrar de nossas autoridades, a justiça neste caso. Tenho acompanhado as inúmeras reportagens sobre a tragédia de Santa Maria. Tenho observado que já há uma articulação política na defesa de alguns, entendo eu, "réus". Sendo assim, deixo o meu apelo: Já que possivelmente não consigamos responsabilizar os "cachorros de raça" que, pelo menos, os "vira-latas" tenham em seu percoço a coleira que merecem.
Que estas palavras, nada entrelaçadas com o nosso querido futebol de mesa, sirvam apenas como um desabafo de alguém que já morou nesta querida Santa Maria da Boca do Monte. Que é pai de uma menina de 9 anos e vê, na interrupção da juventude, desta maioria de jovens, a indignação e a negligência dos nossos órgãos reguladores.
Um forte abraço aos amigos das mesas e sinceros pêsames as familias das vítimas.
Até outro dia...